terça-feira, 21 de outubro de 2008

Porto não há em que meu coração pouse.
Só o pautado branco
Diante do qual ergo um monumento.
Palavras, como pombos, vêm tocar a superfície lisa
E manchá-la com a pecha do engano.
Palavras não sabem encontrar saída,
Apenas escavam, escrutinam,
Sibilando a boca seca
O ritual inútil.

No escuro, procuramos a nossa face fugidia
INDEFINIDAMENTE

terça-feira, 29 de julho de 2008

Um Verso

Um verso meu
Avesso ao Sol

Um verso só
Só um, inverso.

Um verso sem
Ter mais ninguém

Um verso-nó
Um verso-pó

Um verso.

Um verso assim
Goteja e, ao fim,
Me resto só.

Sem verso.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Um pequeno rosto
de neve
me mede.

(lençóis ao sol do meio dia)

Ha. Leve rosto!
De febre
cobre
A minha fronte!
Ceda-me
a sua pele de
seda
Sede
da minha
sede
e
da minha
fome,

Fonte.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Não o engano
de dizer eu te amo
como quem diz da dor que sente
Não o acaso do trabalho silente
de enzimas e neurotransmissores

Não a ação
nem tão pouco o padecimento...

Amar é o templo
de se revelar
o amor.